A juventude e o crime
Mario Ypiranga Neto – Promotor de justiça e membro da AAL
Juventude é alegria. Uma espécie
de atmosfera de encontros sucessivos com a alegria. A felicidade que mora no
agora. É a vida sem preocupações. A leveza da vida. As condições de vida da
juventude indicam o nível de desenvolvimento de um país e permitem-nos fazer um
cálculo antecipado da situação futura. Constatar a crescente delinqüência
juvenil no Brasil é indicio de que o País não vai bem no que se refere as
políticas de segurança publica e sociais. A juventude reflete as possibilidades
de um povo.
A onda de criminalidade no País,
praticada por jovens, e a violência crescente deixam-me estarrecido. Não há que
se raciocinar demais para prever que, nos próximos anos, os delinqüentes serão
mais jovens e os crimes, hoje testemunhados, são leves ante a indesejável
perspectiva apresentada.
Constata-se atualmente, no
entanto, que o Estado Brasileiro repete o erro cometido em relação ao Sistema
Criminal tradicional, visto que não possui estrutura adequada para interromper
a violência ou reeducar seus autores juvenis.
A educação é o caminho adequado
aos jovens para se revestirem dos mais belos princípios morais no enfrentamento
da peleja da vida. A humanização do comportamento e a melhor distribuição de
renda são fatores decisivos na seleção de cidadãos dignos ou marginais.
Essa juventude precisa de heróis
comprometidos publicamente com a historia de seu povo, personagens ricos em
justiça, com quem poderiam identificar-se, sentindo-se vitoriosos,
impulsionando a seguir e não a romper com as normas da sociedade, e
encorajando-os a viver, não a vida tocada pelo medo e pela fome, mas a vida que
passa, ao menos remotamente, pela compreensão do mundo.